O PIX, sistema de pagamentos instantâneos que revolucionou as transações no Brasil, registrou sua maior queda desde o lançamento, em novembro de 2020. Segundo dados do Banco Central, houve uma redução de mais de 10% no número de operações realizadas em janeiro de 2025. Esse declínio foi impulsionado pela disseminação de notícias falsas sobre uma suposta taxação.

Em informações mais detalhadas e oficiais, de acordo com os dados do Sistema de Pagamentos Instantâneos (SPI) do Banco Central (BC), a quantidade de operações Pix entre 4 e 10 de janeiro somou 1,250 bilhão, uma queda de 10,9% em comparação ao mesmo período de dezembro de 2024.

Antes disso, o maior recuo no número de transações nesse intervalo havia ocorrido em janeiro de 2022 na comparação com o mês anterior (-7,5%).

A desinformação espalhada em redes sociais e aplicativos de mensagens causou pânico entre os usuários, que passaram a buscar alternativas mais tradicionais, como TEDs e boletos bancários. Muitos deixaram de utilizar o PIX devido ao medo de possíveis cobranças, mesmo sem qualquer evidência concreta para sustentar os rumores.

A Suposta Taxação que Nunca Existiu

As fake news alegavam que o governo estaria prestes a implementar uma nova cobrança sobre as transações realizadas via PIX, atingindo principalmente pessoas físicas. Essa narrativa, no entanto, não passa de um boato. O Banco Central e o Ministério da Fazenda reforçaram que o uso do PIX permanece gratuito para transações entre indivíduos.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, esclareceu que o governo estuda medidas para coibir o uso do PIX por grandes fortunas como forma de evasão fiscal, mas garantiu que não há qualquer intenção de penalizar pequenos usuários. Segundo ele, é fundamental separar desinformação de debates legítimos sobre aperfeiçoamento do sistema tributário.

Impactos Reais no Sistema de Pagamentos

Além da queda nas transações, o episódio destacou como a desinformação pode enfraquecer ferramentas inovadoras. O PIX é amplamente reconhecido por sua eficiência e acessibilidade, mas eventos como esse comprometem sua credibilidade. Para especialistas, restaurar a confiança do público será crucial nos próximos meses.

A situação também traz um alerta para o papel das fake news na economia. Informações falsas têm potencial para prejudicar não apenas usuários individuais, mas também a sustentabilidade de inovações que beneficiam milhões de brasileiros. Esse impacto vai além da desconfiança pontual, podendo influenciar a percepção de longo prazo sobre o sistema.

Na última terça-feira, 14 de janeiro, o secretário-executivo da Fazenda, Dario Durigan, informou em entrevista ao Poder 360, que a fake news do Pix serviu apenas para “para gerar medo para gerar confusão”.

O secretário esclareceu que a mudança feita em setembro de 2024 teve como objetivo atualizar uma “regra burocrática” já existente, resultando em um aumento no valor de transações a serem monitoradas. “A Receita Federal não está aqui para prejudicar ninguém. Pelo contrário. O foco é proteger o cidadão brasileiro”, afirmou Dario.

Histórico de Notícias Falsas sobre o PIX

O PIX não é um estranho às fake news. Em 2024, surgiram rumores sobre o chamado “PIX dos impostos”, distorcendo informações sobre a automatização de tributos existentes. Assim como no caso atual, a desinformação gerou pânico desnecessário e precisou ser desmentida oficialmente.

Esses episódios ressaltam a importância de os usuários verificarem informações antes de compartilhar ou alterar seus hábitos financeiros. Mensagens alarmistas muitas vezes são criadas para confundir ou manipular a opinião pública, prejudicando avanços importantes no sistema financeiro.

Como se Proteger das Fake News

A melhor maneira de evitar cair em boatos é buscar informações em fontes confiáveis, como o site do Banco Central ou o Ministério da Fazenda. Além disso, é essencial desconfiar de mensagens alarmistas, especialmente aquelas compartilhadas sem fonte ou contexto.

Educar o público sobre o impacto das fake news é um desafio contínuo. Campanhas informativas e o incentivo ao pensamento crítico são ferramentas importantes para combater a desinformação e proteger sistemas como o PIX, que têm transformado a economia brasileira.

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