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O crescimento do crédito nos grandes bancos brasileiros no primeiro trimestre de 2025 está chamando a atenção de analistas e consumidores. Mesmo com a taxa básica de juros (Selic) mantida em patamares elevados, o volume de concessões aumentou, refletindo uma resiliência econômica inesperada.

O movimento, observado em instituições como Itaú, Bradesco, Santander e Banco do Brasil, revela nuances importantes sobre o comportamento financeiro da população e a estratégia dos bancos diante de um cenário desafiador.

Neste artigo, você vai entender por que o crédito está crescendo, quais setores estão puxando essa alta e o que isso significa para o seu bolso.

Por que o crédito está crescendo mesmo com os juros altos?

Apesar do cenário de juros elevados – com a Selic ainda acima de 10% ao ano –, o crédito cresceu cerca de 8% nas principais instituições financeiras no primeiro trimestre. Isso surpreendeu o mercado, que esperava uma desaceleração.

Segundo analistas, esse avanço é reflexo de uma recuperação econômica mais robusta do que o previsto, com queda do desemprego, aumento da renda em setores específicos e maior confiança de empresas e consumidores. Os bancos, por sua vez, ajustaram suas estratégias para estimular o crédito mesmo com o alto custo de captação, apostando em linhas mais segmentadas, como crédito consignado, imobiliário e para empresas.

Além disso, programas do governo federal voltados ao financiamento de pequenas e médias empresas também contribuíram para esse aumento, funcionando como um “empurrão” para a movimentação do crédito privado.

Quais setores puxaram esse crescimento?

A concessão de crédito às empresas foi um dos grandes destaques do trimestre. Indústrias, agronegócio e comércio aproveitaram o início de ano para expandir operações, renovar estoques e investir em infraestrutura, o que impulsionou a demanda por capital.

No varejo, o crédito pessoal e o cartão de crédito também cresceram, ainda que de forma mais moderada. O consumidor brasileiro, mesmo diante do encarecimento das parcelas, continuou utilizando esses instrumentos para lidar com imprevistos e manter o padrão de consumo.

Já o crédito imobiliário teve uma leve desaceleração, mas segue sendo um dos pilares do sistema financeiro, especialmente nas linhas com subsídios do governo, como o Minha Casa, Minha Vida.

O que isso significa para o consumidor e para o futuro?

Para o consumidor, esse aumento do crédito pode representar mais acesso a recursos, mas também exige atenção redobrada. Com os juros altos, qualquer atraso ou parcelamento longo pode transformar uma compra em uma armadilha financeira.

Já para o sistema bancário, o movimento indica uma retomada saudável, com aumento da carteira de crédito sem crescimento expressivo da inadimplência. No entanto, o Banco Central segue atento, pois o avanço do crédito em um cenário de juros altos pode pressionar ainda mais a inflação, dificultando futuras reduções da Selic.

O futuro depende de como o governo, o Banco Central e os próprios bancos irão calibrar suas políticas para equilibrar estímulo econômico e controle da inflação. Enquanto isso, o brasileiro precisa se manter informado e fazer escolhas financeiras conscientes.

Mesmo com juros elevados, o crescimento do crédito nos grandes bancos é um sinal claro de uma economia que, embora enfrentando desafios, está mais resistente do que se imaginava. Os próximos meses serão decisivos para entender se essa tendência se consolida ou se foi apenas um movimento pontual impulsionado por fatores sazonais e programas de incentivo.