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Os supermercados brasileiros pretendem obter autorização para comercializar medicamentos isentos de prescrição médica (MIPs), como analgésicos e anti-inflamatórios. A proposta, liderada pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras), busca facilitar o acesso dos consumidores a esses produtos, oferecendo mais conveniência durante as compras. Atualmente, a venda de MIPs é exclusiva de farmácias e drogarias, mas a mudança poderia ampliar a competitividade no setor.

Embora os supermercados defendam a ideia como um benefício ao consumidor, especialistas e representantes do setor farmacêutico têm demonstrado preocupação. A Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma) aponta que essa medida pode impactar negativamente a orientação adequada ao cliente, uma vez que profissionais qualificados, como farmacêuticos, não estariam disponíveis para sanar dúvidas ou prevenir o uso inadequado dos medicamentos.

Além disso, o impacto econômico também está em pauta. Segundo a Abrafarma, os MIPs representam cerca de 30% das vendas em farmácias, o que tornaria a proposta prejudicial a pequenos e médios estabelecimentos. A questão ainda está sendo debatida no Congresso, com base no Projeto de Lei 1774/19, que busca regulamentar a comercialização desses medicamentos em supermercados.

Negociação de taxas de cartões: uma medida para reduzir custos

Outra iniciativa que tem ganhado força no setor supermercadista é a negociação para reduzir as taxas cobradas pelos cartões de benefícios, como alimentação e refeição. Essas tarifas, que podem ultrapassar 10% por transação, representam um peso significativo nos custos operacionais dos estabelecimentos, especialmente os de pequeno e médio porte.

A Abras argumenta que a redução das taxas traria benefícios diretos aos consumidores, permitindo que os supermercados ofereçam preços mais atrativos. Além disso, os empresários do setor afirmam que esses custos elevados acabam limitando os investimentos em inovação e melhorias nos serviços prestados.

Por outro lado, as operadoras de cartões defendem que as tarifas são necessárias para garantir a manutenção dos serviços, que envolvem tecnologia e suporte às transações financeiras. A negociação, portanto, se tornou um ponto de tensão entre os dois lados, com implicações relevantes para o consumidor final.

Impactos econômicos e sociais das propostas

As duas frentes defendidas pelos supermercados têm gerado debates sobre os impactos no mercado e no cotidiano dos consumidores. A venda de medicamentos sem receita em supermercados, por exemplo, poderia democratizar o acesso a esses produtos, mas também levanta questões sobre o uso seguro e responsável dos remédios.

Já a redução das taxas de cartões, caso implementada, seria uma vitória para o setor varejista, que busca formas de aliviar os custos operacionais em um cenário de inflação e alta competitividade. Isso também poderia beneficiar os clientes, que poderiam encontrar produtos a preços mais acessíveis.

As discussões em torno dessas propostas envolvem diferentes partes interessadas, como representantes do setor farmacêutico, empresários varejistas, operadoras financeiras e o poder público. O objetivo comum é encontrar um equilíbrio que promova avanços econômicos sem comprometer a segurança e a qualidade dos serviços oferecidos aos consumidores.

Imagem: Google