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A recente decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de manter a taxa Selic em 14,75% acendeu um sinal de alerta para milhões de brasileiros. Embora o número possa parecer técnico, seus impactos são bem reais e atingem desde os pequenos consumidores até grandes empresários. Mas, afinal, quem está pagando essa conta salgada dos juros altos?

O que é a taxa Selic e por que ela importa tanto?

A Selic (Sistema Especial de Liquidação e Custódia) é a taxa básica de juros da economia brasileira. Ela influencia diretamente todas as outras taxas do mercado, como as de empréstimos, financiamentos e aplicações financeiras. O objetivo principal da Selic é controlar a inflação, mas o seu aumento ou manutenção em níveis elevados tem consequências que vão muito além disso.

Quando o Copom opta por elevar a Selic, a ideia é desestimular o consumo, tornando o crédito mais caro e, com isso, reduzindo a pressão sobre os preços. Em contrapartida, quando a economia está desaquecida, a taxa é reduzida para incentivar o consumo e a produção.

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A Selic em 14,75% é considerada uma das mais altas do mundo entre economias emergentes, e embora traga algum alívio para os investidores de renda fixa, ela pesa – e muito – no bolso do cidadão comum.

Selic em 14,75%: prós e contras para o seu bolso

Entre os principais beneficiados estão os investidores de renda fixa. Aplicações como Tesouro Direto, CDBs, LCIs e fundos DI passam a render mais, o que atrai até mesmo investidores conservadores. Com a inflação em desaceleração, os rendimentos reais voltam a ser positivos, o que representa ganho de poder de compra para quem investe.

Por outro lado, as desvantagens são pesadas para a maioria da população. Empréstimos pessoais, financiamentos de veículos e imóveis, rotativo do cartão de crédito e até o parcelamento de compras no comércio se tornam mais caros. Isso reduz o consumo, desacelera o crescimento econômico e pode aumentar o desemprego.

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Além disso, os pequenos e médios empreendedores enfrentam dificuldades para acessar crédito e manter seus negócios. A alta da Selic atua como um freio econômico, prejudicando principalmente quem mais precisa de apoio financeiro em tempos desafiadores.

Quem decide a Selic? Conheça o Copom e sua influência

O Comitê de Política Monetária (Copom) é formado por membros da diretoria do Banco Central do Brasil. Ele se reúne a cada 45 dias para avaliar a conjuntura econômica do país e decidir se a Selic deve subir, cair ou permanecer estável. Essa decisão é baseada em análises técnicas, levando em conta dados como inflação, crescimento do PIB, taxa de câmbio e conjuntura internacional.

A formação do Copom inclui o presidente do Banco Central e oito diretores, todos com mandato fixo. O objetivo é garantir autonomia técnica e institucional para que as decisões sejam baseadas em critérios econômicos e não políticos.

Embora o Copom busque o equilíbrio entre crescimento e controle da inflação, quem mais sente os reflexos das decisões é a população de baixa renda, que vê o custo do crédito aumentar enquanto o acesso a investimentos rentáveis continua restrito.

Logo, a Selic em 14,75% não é apenas um número; é um reflexo direto nas escolhas de consumo, nos negócios e nas contas de cada brasileiro. Enquanto uns ganham com aplicações mais robustas, outros enfrentam um cenário de crédito restrito e inflação resistente. A pergunta que não quer calar permanece: até quando será a população mais vulnerável quem pagará a conta?