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Apesar de uma queda nos preços da maioria dos combustíveis em abril, os motoristas brasileiros continuam enfrentando altos custos na hora de abastecer. De acordo com uma pesquisa do Índice de Preços Ticket Log (IPTL), o valor médio da gasolina caiu 1,17%, enquanto o etanol recuou 2,36% e o diesel comum teve redução de 1,45%. Ainda assim, o cenário anual mostra que os preços permanecem significativamente elevados, reforçando a sensação de que o alívio no bolso ainda está longe.

O etanol, mesmo com queda mais expressiva em abril, ainda não apresenta vantagem econômica sobre a gasolina na maior parte do país. Segundo dados da Ticket Log, abastecer com o biocombustível só compensa financeiramente em 11 estados. A pouca competitividade do etanol está ligada à sua menor eficiência energética, que exige maior consumo para percorrer a mesma distância que a gasolina.

O diesel, por sua vez, sofreu uma leve retração após o reajuste feito pela Petrobras no início de abril. No entanto, mesmo com essa baixa, o preço médio ainda é considerado elevado, o que afeta principalmente o transporte de cargas e, consequentemente, o preço de diversos produtos ao consumidor final.

Entenda por que os preços continuam altos mesmo com as quedas

Mesmo com os recuos pontuais, os preços dos combustíveis continuam pressionando o orçamento dos brasileiros. A explicação está em uma combinação de fatores estruturais e conjunturais. Entre eles, destacam-se a alta carga tributária, os custos logísticos internos e a influência do mercado internacional, especialmente o valor do barril de petróleo e a cotação do dólar.

O modelo de precificação da Petrobras também desempenha papel central. A estatal tem mantido cautela para realizar novos reajustes, especialmente diante de um cenário político sensível e da necessidade de equilíbrio fiscal. A recente redução no preço do diesel demonstra uma pequena margem de manobra, mas os especialistas alertam que não há garantia de continuidade nas quedas.

Além disso, os reflexos das altas acumuladas nos primeiros meses do ano ainda impactam o consumidor. Em janeiro e fevereiro, por exemplo, o diesel e a gasolina sofreram aumentos que ainda não foram totalmente neutralizados pelas recentes reduções.

Como o consumidor pode se proteger e economizar ao abastecer

Diante desse cenário, os consumidores devem adotar estratégias para reduzir os impactos no orçamento. Uma das orientações mais importantes é sempre comparar os preços em diferentes postos e avaliar se o etanol realmente representa vantagem, considerando a eficiência de cada veículo.

Aplicativos de monitoramento de preços e sites especializados ajudam na tomada de decisão mais informada. Além disso, a manutenção preventiva do veículo — como a calibragem correta dos pneus e revisões periódicas — pode melhorar a eficiência do consumo e gerar economia a médio prazo.

Especialistas também recomendam atenção ao planejamento das rotas diárias e, quando possível, a adoção de alternativas como caronas solidárias e transporte público. Embora pequenas, essas mudanças de hábito podem aliviar a pressão financeira e tornar o dia a dia um pouco mais leve.