Governo Analisa Atender Presencial as Vítimas de Descontos Indevidos no Consignado do INSS
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O vice-presidente Geraldo Alckmin anunciou que a Caixa Econômica Federal está considerando oferecer atendimento presencial aos aposentados e pensionistas afetados por descontos indevidos em seus benefícios do INSS. A medida visa atender especialmente aqueles que enfrentam dificuldades de acesso à internet ou ao aplicativo Meu INSS.
Segundo Alckmin, “a Caixa tem uma rede muito bem distribuída no país e pode ajudar quem precisar de atendimento presencial” . Além disso, o INSS está estudando a utilização das agências dos Correios para ampliar o alcance do atendimento presencial, considerando que muitas agências da Previdência não realizam mais atendimento ao público.
Essa iniciativa surge em resposta a um esquema de fraudes que, entre 2019 e 2024, resultou em descontos indevidos em benefícios previdenciários, totalizando aproximadamente R$ 6,5 bilhões. As investigações apontam que associações e sindicatos realizaram retenções não autorizadas, afetando milhões de beneficiários.
Cronograma de Comunicação e Ressarcimento
O governo estabeleceu um cronograma para notificar os beneficiários e iniciar o processo de ressarcimento:
- 8 de maio: Comunicação para quem não foi afetado;
- 13 de maio: Divulgação de informações aos beneficiários que tiveram algum desconto associativo;
- 14 de maio: Disponibilização de dois canais para detalhar qual associação fez o desconto, o valor e para informar se foi indevido ou não.
Os beneficiários poderão utilizar o aplicativo Meu INSS ou ligar para a Central de Atendimento 135 para verificar os descontos e, se necessário, solicitar o ressarcimento. O presidente do INSS, Gilberto Waller Junior, afirmou que a central será reforçada para atender à demanda, embora detalhes sobre esse reforço ainda não tenham sido divulgados.
Medidas Adicionais e Bloqueio de Bens
Além das ações de comunicação e atendimento, o governo tomou medidas para recuperar os valores desviados. A Advocacia-Geral da União (AGU) solicitou o bloqueio de R$ 2,5 bilhões em bens de entidades e empresas envolvidas nas fraudes, visando o ressarcimento dos beneficiários lesados.
O vice-presidente Alckmin destacou que todos os repasses às associações foram suspensos e que os órgãos de controle estão atuando para garantir a devolução dos valores descontados indevidamente. Ele enfatizou que a fraude “não começou agora, infelizmente começou lá atrás, mas vai terminar agora”.